Apesar de decisão judicial, bebê com dificuldade respiratória segue na espera por vaga de UTI em Goiânia

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Justiça determinou liberação de vaga há mais de duas semanas, mas hospital diz que não conta com UTI pediátrica para cirurgia. Mãe relata viver situação ‘angustiante’.

Mais de duas semanas após conseguir na Justiça o direito ao tratamento pela rede pública, o bebê Gabryel de Paula Gonçalves, de apenas 1 mês de vida, continua aguardando por uma vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica de Goiânia. O bebê precisa passar por uma cirurgia de correção de má formação da laringe, condição que dificulta a respiração dele.

A decisão judicial é do dia 4 deste mês. No entanto, a mãe do bebê, Daiane Santos de Paula, de 22 anos, já tentava a vaga desde os primeiros dias de vida de Gabryel, nascido em 27 de outubro. No dia 30 de novembro, o Ministério Público de Goiás ingressou com ação requerendo liminar para a liberação da vaga.

Em nota enviada à TV Anhanguera, na tarde da segunda-feira (22), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), responsável pela Central de Regulação, informou que tem conhecimento da liminar, mas que “não cria vagas, apenas direciona os pacientes para os hospitais”. Disse ainda que o Hospital das Cínicas é o único que conta com aparelho para a cirurgia do bebê.

Por sua vez, o HC informou que o paciente já foi atendido na instituição, mas que a unidade não conta com UTI pediátrica para a cirurgia dele.

G1 entrou em contato, por e-mail, às 7h45 desta terça-feira (22), com a SMS e a Universidade Federal de Goiás (UFG), responsável pelo Hospital das Clínicas, para tentar mais informações sobre a situação atual, porém não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Angústia

A mãe do bebê, Daiane Santos de Paula, de 22 anos, conta que não tem condições de arcar com os custos da cirurgia particular e, por isso, recorreu ao Poder Judiciário, em novembro, para conseguir a vaga. Segundo ela, a cada dia que passa, o filho sente mais dificuldade para respirar.

“O Gabryel sofre todo dia com falta de ar, ele dá muitas crises. É angustiante ficar esperando”, relata.

“Vai fechando mais a laringe, porque ele não está se alimentando, ele não engole, a laringe não se exercita, não se esforça para melhorar. Ele está com muita falta de ar”, diz.

Dificuldade para conseguir vaga

Gabryel nasceu no dia 27 de outubro com laringomalácia congênita, condição que dificulta a respiração. Atualmente, ele está internado em um hospital particular de Catalão, no sudeste de Goiás, onde a família mora, mas precisa ser transferido para a capital para ser operado por uma unidade da rede pública que seja referência em otorrinolaringologia.

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) entrou com ação em 30 de novembro, requerendo liminar para obtenção da vaga. O desembargador José Carlos de Oliveira acatou o pedido e determinou, no dia 4 de dezembro, o cumprimento da medida. Ainda no dia 7 deste mês, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) foi intimada a cumprir a decisão, mas, até o momento, a vaga ainda não foi liberada.

A decisão determinou que ele fosse transferido para um hospital com referência em otorrinolaringologia e estabeleceu, ainda, o bloqueio do valor necessário junto à conta bancária de movimentação do Fundo Estadual de Saúde para garantir o cumprimento da ordem.

Fonte:G1/Goiás.

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