Conselheira abriga adolescente vítima de violência sexual na própria casa por falta de estrutura em abrigo temporário de Goiânia

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Conforme informações do conselho, menina de 15 anos foi abusada pelo padrasto. Vistoria comprovou falta de estrutura no Complexo Municipal 24h.

Uma conselheira tutelar, que prefere não ser identificada, afirma que teve de abrigar uma menina de 15 anos vítima de violência sexual em sua própria casa por falta de estrutura em um abrigo temporário de Goiânia. Segundo a profissional, a adolescente foi abusada pelo próprio padrasto. Uma vistoria comprovou falta de estrutura no Complexo Municipal 24h. A prefeitura alega que vai construir uma nova unidade.

Representante do Conselho Tutelar, Oneide Gomes conta que a colega de trabalho tomou tal atitude porque a adolescente não queria ficar no abrigo devido aos problemas e temia que a menina fugisse do local.

“A gente optou por pegar essa adolescente e estar cuidando dela. Nós ficamos mais ou menos duas semanas com ela. Nossa preocupação era de ela demonstrar sinais de querer sair. Querer fugir”, relata a conselheira.

A conselheira que abrigou a adolescente precisou levá-la de volta para o Complexo 24h. Conforme informações do conselheiro Valdivino Vieira, repassadas na manhã desta quarta-feira (17), essa menina está no local há dois dias, aguardando uma posição do Juizado da Infância e da Juventude.

O Conselho Tutelar explica que o Complexo 24h ou Casa de Passagem é um local onde crianças e adolescentes vítimas de violência deveriam ficar até 24h para que seja feita uma triagem e o Juizado da Infância e da Juventude determinasse se esse adolescente será encaminhado para um abrigo ou retornará para a família.

Uma vistoria feita na unidade pelo Conselho Tutelar, na última segunda-feira (15), constatou vários problemas. De acordo com o conselheiro Valdivino Silveira, foram encontradas janelas quebradas, teto mofado, armários enferrujados e banheiros sem porta.

“Não tem como estar funcionando o complexo 24h. Necessita de uma intervenção do estado para que ele possa atender e oferecer o mínimo de estrutura para adolescentes. Pelos menos para passar a noite. Porque, hoje, não tem o mínimo de estrutura. Chegou ao ponto que, se continuar assim, o teto vai acabar caindo na cabeça de alguém”, relata o conselheiro.

Construção de nova unidade

Em entrevista à TV Anhanguera, a diretora da Secretaria Municipal de Assistência Social Margareth Maia Sarmento disse que já havia um planejamento para a reforma da unidade, mas que foi informada pela Secretaria de Infraestrutura que o local precisa ser demolido e uma nova unidade construída do zero.

“Temos ciência e estamos prontos para fazer uma reforma no Complexo 24h, mas a secretaria de infraestrutura nos aconselhou que demolisse e construísse um novo, que é o mais correto. Nós já estamos encaminhando a licitação para que a gente construa um novo Complexo 24h. Porém, com essa pandemia, nós iremos atrasar isso”, relata a diretora.

Ela informou que, se a pandemia do coronavírus passar em breve, no final do ano será entregue uma nova unidade. Ela disse ainda que o município oferece todo apoio psicossocial para as crianças e adolescentes vítimas de violência.

“Apesar da estrutura física estar bem deficiente, nós temos todo o atendimento psicossocial. Fizemos um acordo de que até o final do ano sai, mas não adianta só passar um batom. Nós temos que realmente fazer uma coisa melhor que eu acho que as crianças merecem, que é o mais justo. O certo é demolir e construir uma nova unidade. Tomara que o coronavírus venha passar rápido para que a gente possa estar tomando essa solução”, informa a secretária.

Em relação às vagas em abrigos permanentes, Margareth informou que, atualmente, o município não tem esse tipo de unidade porque não há demanda. No entanto, ela afirma que a prefeitura mantém convênios com unidades privadas.

“Na verdade, a secretaria não tem essa entidade de acompanhamento de adolescentes, mas nós temos as conveniadas, onde a gente faz um repasse federal e supre as vagas necessárias, porque o município de Goiânia não tem uma quantidade suficiente de crianças e adolescentes para que a gente possa ter um abrigo para crianças de 12 a 17 anos”, relata Margareth.

Fonte: G1 Goiás.

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