Acusado de dar um carro apreendido em uma operação policial para uma namorada, o então delegado Alex Nicolau do Nascimento Vasconcellos foi demitido da Polícia Civil. De acordo com a publicação do Diário Oficial do Estado de Goiás (DOE), ele deve ficar ainda impedido de exercer outra função pública pelos próximos dez anos.
A demissão dele consta na publicação de quinta-feira (6), mas foi determinada pelo secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, no último dia 31 de julho.
Por meio de nota, a pasta informou que “o procedimento administrativo disciplinar foi realizado pela Corregedoria da Polícia Civil e foram obedecidos todos trâmites legais, incluindo o direito do contraditório e da ampla defesa”.
O comunicado da pasta também afirma que “os profissionais de segurança pública possuem total liberdade para trabalhar, tendo os parâmetros legais como único limite imposto”.
Por fim, o texto diz que “aqueles que, porventura, infringirem as regras, a conduta será apurada com todo rigor e, caso constatada a violação das leis, as medidas disciplinares serão aplicadas”.
Demissão
O caso foi apurado pela Corregedoria da Polícia Civil. Conforme publicação no DOE, Alex foi demitido como punição por crime contra a administração pública.
O documento também determina que ele “permaneça inabilitado para a sua promoção ou nova investidura em cargo, função, mandato ou emprego público estadual, pelo prazo de 10 (dez) anos”.
Uma escrivã e um agente, que também eram investigados, foram absolvidos.
Há um processo relacionado à mesma investigação que tramita no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) contra o ex-delegado. No entanto, ele está em curso, ainda sem decisão.
Investigação
O automóvel foi apreendido durante uma operação policial que buscava cumprir mandado de prisão contra um suspeito de roubo a carros fortes e bancos em Goiás. A operação que resultou na morte do investigado, acusado de triplo homicídio, foi liderada pelo Grupo Antirroubo a Banco da Polícia Civil, cujo chefe era Alex.
Segundo a acusação do MP, Alex Nicolau não lavrou nenhum termo de apreensão de bens após o recolhimento do carro, em 5 de julho de 2017, nem instaurou qualquer procedimento a respeito do veículo.
O delegado teria, então, utilizado o veículo em benefício próprio. Meses depois, segundo a acusação, Alex deu o carro de presente para a namorada.
Ainda de acordo com o MP, policiais da unidade de Alex sabiam da situação e alertaram a Gerência de Inteligência da polícia, que iniciou uma investigação interna.
A denúncia diz que, “para se esquivar de responsabilidade penal e administrativa, Alex teria falsificado um termo de exibição e apreensão com data retroativa ao dia da operação, na qual assinou sozinho, como autoridade policial, exibidor e escrivão. Ele, também, teria deixado o carro no pátio de apreensões, para simular que o bem não havia sido retirado do local”.
Fonte: G1 Goiás