Equipamentos são usados para o tratamento de pessoas com coronavírus. Governo afirma que máquinas foram entregues às prefeituras diretamente pelo Ministério da Saúde, que, por sua vez, responsabiliza o estado.
Equipamentos disputados no tratamento da Covid-19, os respiradores têm se tornado itens de grande necessidade durante a pandemia. No entanto, dez desses equipamentos em três municípios de Goiás ainda não conseguiram ser instalados para uso. Enquanto isso, uma prefeitura tem gastado com aluguel de seis dessas máquinas porque não tem o suficiente para tratar os pacientes.
De acordo com um documento obtido pela TV Anhanguera, foram 230 equipamentos doados a 19 prefeituras, diretamente pelo Ministério da Saúde (MS). Questionado pela reportagem sobre os critérios de distribuição desses aparelhos, o órgão explicou que a responsabilidade é, na verdade, do estado.
“Diante do cenário de emergência em saúde pública por conta da pandemia do coronavírus, o Ministério da Saúde utilizou o seu poder de compra em apoio irrestrito aos gestores locais do SUS. […] A distribuição dos ventiladores pulmonares para os municípios e unidades de saúde é de responsabilidade de cada estado, conforme planejamento local”, informou por meio de nota.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), no entanto, garantiu que as doações não passaram pela pasta. “Não temos governança sobre eles porque foi uma doação direta do MS aos municípios. Se precisar, sim, o estado pode fazer a requisição em caráter administrativo e usá-los”, informou o secretário Ismael Alexandrino.
Uma das cidades com respiradores ociosos é Porangatu, no norte goiano. Segundo a prefeitura, foram recebidos cinco equipamentos, dos quais dois estão sendo usados em ambulâncias, mas os outros três ainda devem ser instalados para substituir equipamentos defasados.
Outro município que não colocou em uso todos os cinco aparelhos que recebeu foi Itumbiara, no sul de Goiás. De acordo com a prefeitura, dois estão sendo usados, mas os outros três serão instalados à medida que forem necessários.
Já em Bela Vista de Goiás, no centro do estado, dos cinco respiradores recebidos, um foi instalado em um hospital antigo da cidade, que está funcionando, mas que não tem espaço para os outros quatro.
A previsão da prefeitura é que os demais sejam instalados até meados de setembro em um novo hospital, que ainda recebe os últimos ajustes para começar a funcionar também em setembro.
Aluguel de respiradores
Enquanto isso, a prefeitura de Ceres, no norte de Goiás, informou que precisou alugar, por ao menos seis meses, seis respiradores, ao custo de R$ 145 mil.
“Talvez tenha faltado um pouco de logística para que fossem contemplados os municípios que estivessem fazendo maior número de atendimentos, que é onde estão os gargalos referentes a respiradores”, avaliou o secretário de Saúde de Ceres, José Alfredo Curado Fleury Junior.
Chefe da SES-GO, Ismael Alexandrino explicou que nem todos os municípios têm condições de colocar os aparelhos em uso até por falta de toda a estrutura necessária para que eles funcionem.
“Algumas unidades que receberam o equipamento do MS têm condições de operacionalizá-los, mas outras acho que não têm. […] O respirador é uma das peças. Importantíssima, fundamental, mas não é a única. Precisamos de monitores multiparamédicos, bomba de infusão e, sobretudo, de pessoas”, afirmou.
Coronavírus em Goiás
Segundo boletim mais recente da SES, publicado na terça-feira (4), Goiás tem mais de 73 mil casos confirmados de Covid-19, sendo que mais de 1,7 mil já morreram com o diagnóstico da doença.
Ainda de acordo com a publicação, a rede pública estadual de saúde tem 267 leitos de UTI exclusivos para Covid-19. A taxa de ocupação está em 83,6%. Na enfermaria, o índice era de 72,3%, na terça-feira.
Já na rede municipal de Goiânia, dos 169 leitos de UTI disponíveis, 80,2% estão ocupados. Na enfermaria, o índice chegou a 80,8% de ocupação.
Fonte: G1 Goiás.
