Segundo polícia, produtos estavam armazenados de forma inadequada e eram vendidos sem o recolhimento de tributos.
A Polícia Civil cumpriu seis mandados de busca e apreensão contra um grupo de farmácias suspeito de vender ivermectina e testes para a Covid-19 de forma irregular, em Goiânia. Segundo a polícia, os medicamentos e testes estavam armazenados de forma inadequada e eram vendidos com notas fiscais falsas e sem o recolhimento de tributos.
A Polícia Civil não divulgou o nome da rede de farmácias alvo da operação, portanto, a reportagem não conseguiu localizá-la para que se posicione.
A ação dá início à segunda fase da operação Perlage, ocorrida nesta terça-feira (17), por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT), com apoio da Secretaria da Economia e Vigilância Sanitária Municipal.
Conforme o delegado, Marcelo Aires, foram apreendidos documentos, computadores, telefones celulares e uma arma de fogo.
“Uma parte dos envolvidos já foi ouvida em datas anteriores, e na data de hoje, com a deflagração da segunda fase, ouvimos também mais um dos envolvidos, que confirma as suspeitas, que já eram confirmadas pelas nossas investigações”, disse o delegado.
As investigações apontam que a possível associação criminosa vinha comercializando o medicamentos e testes contra as normas da Vigilância Sanitária, e usando notas fiscais fraudulentas e sem o recolhimento dos tributos devidos.
“Essa associação criminosa é composta por empresários do ramo de distribuidoras de medicamentos e drogarias de Goiânia, que, durante a pandemia, estavam adquirindo produtos medicamentosos, especialmente ivermectina e testes para Covid, comercializando na capital, sem notas fiscais, com notas fiscais fraudulentas, acondicionando todos esses produtos de maneira inadequada do ponto de vista sanitário, e não recolhendo os tributos “, disse.
Conforme o delegado, a Polícia Civil ainda não tem o valor que pode ter sido sonegado neste período. “Só um dos grupos investigados, que é o grupo alvo da operação de hoje, uma rede de farmácias, teve um faturamento no ano passado de mais de R$ 10 milhões. A Secretaria da Economia, que participou conosco da operação, está agora realizando uma auditoria para confirmar o montante de tributos devidos”, disse.
Auditores fiscais da Secretaria da Economia participaram das diligências e apreenderam dados dos sistemas de informática que propiciarão auditoria completa para estabelecer o montante a título de tributos devidos. Também participaram da operação, fiscais da vigilância sanitária, que lavraram autos de infração e interditaram os estabelecimentos.
Segundo a polícia, os investigados vão responder por crime tributário, crime contra a saúde pública e associação criminosa, além de terem de arcar com o pagamento dos tributos sonegados acrescidos de multa.
Operação Perlage
Na primeira fase da Operação Perlage, que aconteceu no dia 21 de setembro deste ano, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e dois empresários foram presos, em Goiânia. Segundo a polícia, um deles vendia insumos a traficantes para a produção de cocaína e o outro fraudava as notas fiscais da venda de ivermectina e testes para Covid-19, além de armazenar esses produtos de forma inadequada.
Na época, o G1 não teve acesso ao nome dos presos, portanto, não conseguiu descobrir quem os representava para pedir um posicionamento sobre o caso.
Agora, após o início da segunda fase da operação, o delegado acredita que pode ser que aconteçam novos desdobramentos. “As investigações prosseguem. Hoje foram apreendidos muitos documentos, aparelhos de telefone celular, computadores, e agora nos partimos para uma fase de analise de todo esse material, e, na sequencia, concluímos com os indiciados e prosseguimos com novas fases”, disse.
Alerta ao consumidor
Segundo o delegado, esta operação serve de alerta para a o consumidor.
“Serve de alerta, porque esses estabelecimentos que atuam em desconformidade com a lei, colocam em risco a saúde da população porque vendem medicamentos que além de não ter o pagamento dos tributos, são acondicionados de maneira irregular, que podem prejudicar o tratamento médico que estas pessoas estão sendo submetidas”, alertou o delegado.
Fonte:G1/Goiás.