Guarda civil não teve motivo para matar adolescente em Silvânia, diz delegado

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Homem se entregou à polícia alegou que cometeu o crime para ‘proteger a arma’ dele, sem dar mais detalhes. Vídeo registra que garoto de 15 anos foi morto a tiros quando conversava com amigos em frente a um bar.

O guarda civil metropolitano Willian Silva Pinto não teve motivo para matar um adolescente de 15 anos, em Silvânia, na região central de Goiás, segundo o delegado Leonardo Sanches, responsável pelo caso. O servidor se entregou à polícia e confessou que cometeu o crime para “proteger a arma” dele, sem dar mais detalhes. Câmeras registraram que Fredson Claiton Izidio da Silva foi morto a tiros quando conversava com amigos em frente a um bar.

“Sobre a motivação, ele alega que foi para proteger sua arma. Bem confuso. Reafirmando a linha de investigação da polícia de que, de fato, não teve motivação aparente para esse crime bárbaro”, disse o delegado.

O advogado de defesa do suspeito, Franklin Pinheiro, disse à TV Anhanguera que “a princípio, o cliente alegou em depoimento que atuou em defesa da arma”. O defensor disse ainda que vai procurar provas e filmagens que possam embasar a informação.

O suspeito prestou depoimento na tarde de terça-feira (24). Conforme a polícia, por segurança, o interrogatório foi feito no presídio de Silvânia e teve duração de 2 horas. Dois dias antes, o guarda se entregou na Delegacias de Homicídios de Goiânia.

Em nota, a Guarda Civil Metropolitana de Goiânia confirmou que o suspeito faz parte da corporação e que no dia do crime ele estava de folga. Questionada pela reportagem, a corporação não informou se investiga o caso nem se tomou alguma pedida em relação ao guarda.

Segundo o delegado Leonardo Sanches, o inquérito deve ser concluído até o fim desta semana. O suspeito, que está preso preventivamente no presídio da cidade, deve responder por homicídio qualificado e quatro tentativas de homicídio contra os amigos de Franklin.

Crime

O caso aconteceu na última sexta-feira (20), por volta das 23h, no Setor Pedrinhas. Segundo Sanches, a vítima e outros quatro adolescentes estavam em uma praça da cidade e decidiram passar em um bar, onde o suspeito estava, para tentar comprar uma bebida, mas o dono não quis vender. Assim, eles saíram do local e ficaram do outro lado da rua.

“Ele foi até eles e começou a perguntar: ‘Eu estou devendo alguma coisa para vocês?’. Ele repetiu isso três vezes. Os adolescentes, todos menores de idades, ainda responderam que não, que não queriam confusão, mas ele levantou a blusa, deu dois tiros para o alto e descarregou o restante nos adolescentes”, relata o delegado.

“Ele atirou em direção aos cinco adolescentes, mas os outros quatro conseguiram escapar. A vítima foi atingida por dois disparos”, completa.

O delegado informou que o adolescente foi atingido por um tiro de raspão no ombro e outro no pescoço. Ele morreu no local.

As câmeras de segurança também registraram que o atirador fugiu na garupa de uma moto. O delegado disse que já identificou o motociclista. Ele não tinha sido preso até a última atualização desta reportagem, na quarta-feira (25).

“Já sabemos de quem é a motocicleta e a pessoa que ajudou na fuga. A gente agora vai empenhar para efetuar a prisão dele o mais rápido possível”, disse o investigador.

De acordo com as investigações, o autor dos disparos havia se envolvido em uma briga, pouco antes do crime, com o filho do dono do bar. Porém, segundo o delegado, a discussão não tem relação com a morte do adolescente. O investigador completou que a vítima não conhecia o atirador e não tinha qualquer desentendimento com ele.

Família desesperada

O advogado da família da vítima, Luciano Noleto, disse que os pais do adolescente clamam por justiça. “Nós esperamos e temos certeza que a justiça será feita neste caro”.

A mãe do adolescente, Marciana Lopes Lima, está revoltada com o crime. Ela pede que o guarda seja preso e punido.

“Ele passou no local errado, na hora errada e encontrou esse criminoso. Um monstro que tirou a vida do meu filho. Eu só quero que Deus faça justiça”, disse a mãe.

 

Fonte:G1/Goiás.

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