Após dois transplantes, alguns pacientes não apresentaram sinais de vírus no corpo
Um quarto caso de cura da infecção pelo HIV foi anunciado nesta quarta-feira (27). Mesmo que seja uma boa notícia em meio a pandemia da doença, alguns especialistas dizem que a forma pela qual a emissão foi alcançada não foi uma estratégia em saúde pública aplicável em larga escala.
O paciente de 66 anos, identificado como quarto curado do HIV, não quis ser identificado. Ele recebeu o apelido de “paciente de City of Hope” (em tradução livre, cidade da esperança).
O homem já está há 17 meses sem sinais do vírus no corpo, mesmo depois de parar o tratamento. O uso dos medicamentos poderia ter sido interrompido até antes, segundo o centro de saúde, mas esperaram até o momento em que ele fosse vacinado contra a Covid.
A remissão da infecção ocorreu por conta do tratamento de uma segunda doença. Com o transplante realizado, os médicos, então, buscaram um doador de medula que fosse naturalmente imune ao vírus HIV.
O transplante ocorreu há cerca de três anos e meio. A partir disso, o paciente de City of Hope conseguiu bloquear a via de entrada do HIV em suas células de defesa e, dessa forma, acabou curado.
Primeiros casos de cura envolvem transplante de células- tronco
A primeira pessoa curada foi Timothy Ray Brown, também conhecido como o “paciente de Berlim”. Após fazer o transplante o paciente foi diagnóstico ‘curado’ do HIV.
Em entrevista à Folha, o paciente comentou: “Após o transplante, eu me senti muito bem e sabia que, clinicamente, a minha carga viral estava indetectável. O dr. Gero Hütter, o médico que fez o procedimento que me levou à cura. Então, eu pensei que deveria haver um motivo para isso, que talvez eu não estivesse curado. Mas depois eles publicaram o artigo, aí eu acreditei”.
Na ocasião, Brown também afirmou que não queria ser o único curado e que estava feliz por ter “novos irmãos” na família, uma referência ao segundo paciente livre do vírus.
Fonte: O Hoje