Crime julgado aconteceu em 2016, em Aparecida de Goiânia. Réu foi indiciado por outros 31 casos
Considerado o maior estuprador em série de Goiás, Wellington Ribeiro da Silva foi condenado a 9 anos de prisão por um estupro que aconteceu em 2016 em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Ele foi indiciado por outros 31 estupros e está preso na Penitenciária Odenir Guimarães (POG). Cabe recurso da decisão.
A audiência aconteceu na quinta-feira (24) por videoconferência. Portanto, o condenado participou do julgamento em conexão de dentro da própria POG.
A Defensoria Pública informou, por meio de nota, que “atua na defesa do sr. Welinton Ribeiro da Silva, em processo sigiloso, sobre o qual não faremos comentário, respeitando-se o art. 234-B do Código Penal”.
Há cerca de um ano ele chegou a admitir que cometia os crimes sempre usando o capacete de moto.
Segundo a denúncia do crime que foi julgado, a vítima é uma mulher que estava saindo de uma escola na Vila Romana, em Aparecida de Goiânia, quando foi abordada pelo autor do crime.
De acordo com o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), o criminoso estava sentado em sua moto usando o aparelho celular quando viu a vítima passar, sacou a arma e apontou para a cabeça dela anunciando um assalto.
Os relatos da ocorrência informam que o autor abordou a vítima pelas costas e a ameaçou de morte caso ela se virasse. Consta ainda que o homem pediu celular e aliança da mulher, mas ela não possuiu nenhum dos dois.
Segundo a denúncia, o autor forçou a vítima a entrar em lote baldio na região, onde cometeu o estupro.
Histórico dos Crimes
Os primeiros estupros foram registrados em 2008. Segundo a polícia, em 2011, Wellington chegou a ser preso depois de violentar uma mulher e a filha dela, recém-nascida, que tinha apenas cinco meses de vida.
Na época, ele foi levado para o Mato Grosso porque lá respondia por outros crimes como assaltos e assassinatos. Havia uma condenação de 57 anos de prisão pela morte de uma mulher e os dois filhos. Mas, em 2013, ele conseguiu fugir da prisão e voltou a Goiás.
Para não ser pego novamente, o estuprador, segundo a polícia, estrategicamente não tinha conta em banco, não usava redes sociais nem smartphones e ainda roubava identidades de pessoas que se pareciam com ele para usar os documentos e despistar a polícia.
Para os investigadores, ele se trata de um dos maiores maníacos do estado e sabia o que estava fazendo. “É um homem de altíssima periculosidade, de uma frieza que nos chama muito a atenção. Um cara perverso, que tenta se passar por alguém que tem problemas psiquiátricos. Nós requisitamos o laudo psicológico, e a Polícia Civil pode afirmar, por meio deste exame, que ele tem plena capacidade de responder por seus atos”, afirmou a delegada Ana Paula Machado à época que cuidou do caso.
Operação Impius
A força-tarefa que resultou na prisão de Wellington, batizada de Impius, durou 45 dias e envolveu mais de 40 pessoas. Ela teve início após a Polícia Técnico-Científica encontrar o perfil genético dele em várias vítimas de estupros.
Segundo a polícia, em 2015, foram coletados vestígios do criminoso em uma vítima e inseridos no banco genético. Em 2017, foi coletado novo vestígio de outra vítima e coincidiu com a amostra anterior.
No mesmo ano, de acordo com as investigações, apareceram outras quatro vítimas compatíveis ao material genético do suspeito. No final de 2018 já somavam nove mulheres, e isso chamou a atenção da Polícia Técnico-Científica, que avisou à Polícia Civil.
A identificação do maior estuprador em série de Goiás está entre as investigações criminais mais importantes do mundo. O concurso “DNA Hit of the Year” avalia investigações criminais em que a análise do DNA foi essencial para esclarecer casos.
Fonte: G1/Goiás