Entre as medidas acatadas estão a suspensão de visitas e atendimentos divididos em faixas de horários ao longo do dia. Na rede pública, parte dos serviços eletivos está suspensa.
Por conta da pandemia de coronavírus, hospitais de Goiás adotaram protocolos de segurança mais rígidos para evitar a contaminação pelo vírus de pacientes eletivos, ou seja, aqueles que não precisam de atendimento de urgência, dentro das unidades de saúde. Entre as medidas acatadas estão a suspensão de visitas a pessoas internadas e checagem diária de temperatura dos acompanhantes.
Apesar de as unidades seguirem as recomendações do Ministério da Saúde, muitas pessoas deixaram de buscar atendimento. De acordo com a Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (AHEG), pacientes oncológicos, cardiopatas, renais crônicos e com outras patologias que precisam de acompanhamento médico estão deixando de ir aos hospitais por medo de se contaminarem. Segundo a entidade, a queda é, em média, de 30% a 40%.
“Muitos estabelecimentos de pequeno e médio portes não têm estrutura para aguentar isso. Estas instituições atendem boa parte do SUS, e muitos municípios ficariam desassistidos sem eles. Precisamos fazer algo para que os hospitais consigam superar essa fase”, afirma o presidente da Aheg, Adevâlnio Francisco Morato.
Por meio de nota, o Hospital de Câncer Araújo Jorge, voltado ao atendimento de pessoas com câncer, informou que também registrou queda em cirurgias, consultas e internações. A unidade ressalta que os pacientes não devem interromper os tratamentos.
Para evitar a aglomeração de pessoas, as cadeiras da unidade de saúde foram separadas e os atendimentos foram divididos em faixas de horários. Também informou que as consultas de revisão periódica estão sendo reagendadas, que os pacientes foram orientados a comparecerem ao hospital acompanhados de apenas uma pessoa e que as visitas foram suspensas. Por fim, disse que todos os profissionais de saúde estão seguindo rígidos protocolos em relação ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
O Hospital Órion, que possui 240 leitos, sendo 40 de UTI em Goiânia, disse que também implantou ações preventivas, como o fluxo de pacientes separados por andares, realização do exame de PCR para o novo coronavírus 72 horas antes da internação, inclusive, com serviço de coleta domiciliar. Também há ala exclusiva ao lado do centro cirúrgico para pacientes negativos para Covid-19. O hospital ainda faz checagem diária da temperatura dos acompanhantes e aplicação de questionário.
Já a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), que representa hospitais, como o Anis Rassi, Hospital Santa Helena, Hospital do Coração e o Instituto de Neurologia, afirmou que foi realizada uma organização do fluxo de atendimento de forma que as pessoas com suspeita de Covid-19 não tenham contato com outros pacientes.
Nas unidades, é obrigatório o uso de máscaras pelos pacientes e também é feita a realização de testes de Covid-19 quando necessário, antes de internações ou de cirurgias.
Hospitais estaduais
Na rede estadual, os atendimentos eletivos, definidos como não necessários à manutenção da vida, estão suspensos desde 23 de março. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), podem funcionar atendimentos de hemodiálise, diálise peritoneal, hematologia e hemoterapia, oncologia, cardiologia intervencionista, neurocirurgia, neurologia intervencionista, pré-natal habitual e de alto risco e as clínicas de vacinação e serviços de ultrassonografia obstétrica, além dos laboratórios de análises clínicas.
Fonte: G1/Goiás