Justiça adia júri popular de vigilante acusado de matar porteiro após discussão por bolinha de papel, em Itumbiara

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Juiz explicou que tribunal não conseguiria atender às demandas para realizar o julgamento em tempos de pandemia na data prevista anteriormente. Crime aconteceu há dois anos.

Um despacho do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) adiou, para 26 de novembro de 2020, o júri popular que deve julgar o vigilante acusado de matar um porteiro após discussão por causa de uma bolinha de papel, em Itumbiara, no sul de Goiás. O crime completou exatos dois anos na terça-feira (13), a data em que seria o julgamento inicialmente.

Segundo o documento assinado pelo magistrado Alessandro Luiz de Sousa, o júri teve de ser adiado por causa da pandemia da Covid-19. De acordo com o despacho, apesar de já terem sido liberados julgamentos presenciais, isso aconteceu há pouco tempo e o tribunal não conseguiria atender a todas as exigências necessárias para realizar a sessão no dia previsto.

“Não obstante tenha ocorrido a autorização para o retorno da realização dos júris, a aludida autorização aconteceu recentemente, não tendo sido possível a adoção de todas as providências necessárias para a realização da sessão na data anteriormente designada”, escreveu.

O réu, Wallas Gomes de Lima, de 27 anos, está preso desde 29 de maio de 2019. A defesa dele informou à TV Anhanguera que “seu cliente fez questão de ser julgado pela sociedade Itumbiarense, e que no Tribunal do júri será provado que toda tragédia não se deu ‘por causa de uma bolinha de papel’”.

Homicídio

O porteiro Guilherme Alves Pereira, de 23 anos, foi morto a tiros no dia 13 de outubro de 2018, no condomínio em que trabalhava, em Itumbiara.

Na data, câmeras na portaria do condomínio onde vítima e réu trabalhavam registraram quando o porteiro foi assassinado a tiros.

A gravação mostra quando o porteiro vai ao próprio carro e, quando está voltando, é rendido pelo segurança. Guilherme fica com as mãos para o alto, vira-se de costas e é baleado. Já caído ao chão, mais tiros são disparados contra a cabeça da vítima. Outros seguranças chegam depois e ficam desesperados.

Na época da investigação policial, o delegado Ricardo Chueire contou que, horas antes de ser morta, a vítima chegou a mandar uma mensagem a um amigo dizendo que havia sido ameaçada.

À época, as investigações apontaram que a discussão entre os dois começou por conta de um papel jogado no chão. “O vigilante atirou uma bola de papel no chão da guarita do porteiro, que pediu que ele catasse. Eles iniciaram uma discussão”, disse Chueire ao fim das apurações.

Também conforme o delegado, vítima e réu já tinham se desentendido em outra ocasião. “Houve uma discussão a respeito da divisão do gasto de combustível e, desde então, a relação deles estava abalada”, afirmou.

Fonte: G1/Goiás.

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