Cirurgião geral, ginecologista e obstetra Emivaldo Soares Martins tinha 63 anos e atuava como plantonista no HMI. Colegas reclamam de omissão e dizem não terem sido testados, o que o hospital nega.
O cirurgião geral, ginecologista e obstetra Emivaldo Soares Martins, de 63 anos, que havia testado positivo para Covid-19, morreu na madrugada desta segunda-feira (25), em Goiânia. Ele atendia como plantonista no Hospital Materno-Infantil (HMI). Funcionários da unidade reclamam de omissão e dizem que não foram testados após a confirmação da contaminação do profissional, o que o hospital nega.
Em nota, o HMI lamentou a morte e prestou condolências aos familiares. Destacou que ele atuava na instituição há quase três anos no Pronto Socorro da Mulher e, por conta da doença, estava afastado (leia a íntegra ao final do texto).
O comunicado destaca ainda que Emivaldo era considerado um “mestre” pelos residentes, além de ser um profissional “exemplar, ético, excelente cirurgião e médico, também era um ser humano maravilhoso”.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) também publicou nota de pesar em suas redes sociais pela morte do profissional. A Associação Médica de Goiás (AMG) também lamentou a morte e disse que Emivaldo se dedicou por mais de 37 anos à função.
Denúncias
Uma profissional, que trabalhava com Emivaldo e prefere não se identificar, reclama da atitude do HMI em relação à morte do colega. Ela disse que a unidade está sendo omissa e não testou profissionais que trabalharam com ele.
“Os profissionais de saúde estão expostos e não estão sendo testados. Não estão tomando medidas pra evitar a contaminação dos funcionários. Nenhum funcionário foi testado, nenhum comunicado foi publicado. Estão sendo omissos”, afirmou ao G1.
Sobre a situação, o HMI informou que “todas as determinações legais estão sendo cumpridas” no que diz respeito à prevenção da Covid-19. Relata ainda que os testes só podem ser feitos em algumas situações e que os profissionais com sintomas gripais são afastados e acompanhados.
Nota do HMI sobre a morte do médico
Com muito pesar, o Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI) comunica a morte do ginecologista plantonista da unidade, Emivaldo Soares Martins, de 63 anos, na madrugada de hoje, 25 de maio.
O HMI informa ainda que o colaborador, que testou positivo para o Covid-19, estava afastado de suas atividades. O médico trabalhava no HMI há quase três anos e fazia plantão no Pronto Socorro da Mulher.
De acordo com a coordenadora da obstetrícia, Luciene Bemfica, o médico era uma pessoa querida por todos os colegas, considerado um mestre pelos residentes do HMI. “Além de um profissional exemplar, ético, excelente cirurgião e médico, também era um ser humano maravilhoso. Uma perda irreparável pra todos nós que convivíamos com ele. Estamos todos enlutados!”
As diretorias Geral e Técnica lamentam e sentem muito a perda do profissional e estimam que Deus conforte aos Familiares.
Nota do HMI sobre as denúncias:
O Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI) informa que os colaboradores da unidade vêm recebendo todas as orientações no intuito de prevenir a Covid-19 e que todas as determinações legais estão sendo cumpridas.
Informa ainda que os testes rápidos, disponibilizados pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), só podem ser realizados mediante alguns critérios. “Os testes devem ser feitos a partir do oitavo dia do início dos sintomas de síndrome respiratória, como febre, tosse, dificuldade para respirar ou dor de garganta, para detectar a presença de anticorpos (IgG e IgM), que são defesas produzidas pelo corpo humano contra o vírus SARS-CoV-2, que causa a COVID-19”. Cada caso é verificado de maneira bem detalhada. Se o colaborador tiver dentro da determinação, o hospital realiza o teste.
Os profissionais que apresentam sintomas gripais ou suspeitos de estarem infectados pela Covid-19 são afastados e acompanhados pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmt) e Núcleo Epidemiológico da unidade. Os colaboradores que tiveram contato com alguém que foi infectado são observados de perto para ver se vão desenvolver sintomas, visto que o HMI disponibiliza todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) de protocolo de segurança necessários, determinados pela OMS e pela Anvisa, que protegem os profissionais de infecção.
Fonte: G1 Goiás.