Menor é apreendido e solto pela oitava vez por falta de espaço para internação de adolescentes em Rio Verde

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Ele é suspeito de agredir um idoso e roubar um celular. Segundo a polícia, ele começou a cometer atos infracionais em 2017, quando tinha 12 anos.

 

Um adolescente de 15 anos foi apreendido pela oitava vez em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. Ele é suspeito de roubar e agredir um idoso. Porém, ele foi novamente solto por falta de local para internação de menores infratores.

O menor foi apreendido na segunda-feira (23) e levado à delegacia. De acordo com a polícia, ele roubou o celular de um idoso após bater nele. As outras passagens são pelos atos infracionais análogos a furto, roubo e receptação e seriam cometidos desde 2017, quando ele tinha 12 anos.

Porém, em todas as vezes, ele foi liberado em até cinco dias após a apreensão por não ter um local específico para internação de menores infratores em Rio Verde.

“Em regra, ele fica apreendido provisoriamente na delegacia até que o juiz da Infância e o Ministério Público possam conseguir uma vaga, geralmente na capital, onde eles são levados para a internação provisória, acima de cinco dias, e também em razão da aplicação da medida socioeducativa de internação”, disse o delegado Danilo Fabiano Carvalho. Porém, o prazo máximo para que ele fique na delegacia é de cinco dias. Após esse período, o adolescente deve ser liberado.

Este ano, 318 jovens foram apreendidos por suspeita em atos infracionais. Destes 78 teriam participação em roubos, 12 por suspeita de homicídios e 59 por suposto envolvimento no tráfico de drogas.

 

Obra

O Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), localizado às margens da BR-060, está com as obras paradas há mais de quatro anos. O início da construção foi em 2014 e iria substituir o antigo centro, que funcionava de maneira improvisada na área urbana.

A placa instalada no início das obras revela que o valor estimado da construção é de R$ 7,3 milhões. Algumas partes da construção já têm sinais de arrombamento e invasão. Ainda é necessário fazer o acabamento em todo prédio, além da parte de fiação elétrica. As partes metálicas estão sendo corroídas pela ferrugem.

O Ministério Público informou que que cobra do governo estadual que a construção seja retomada. “Um dos grandes problemas do Brasil é que toda vez que as obras passam por diferentes gestões do poder executivo, os interesses vão mudando e as desculpas econômicas das crises vão sendo utilizadas”, disse o promotor Alberto Cachuba.

O órgão tenta, na Justiça, o bloqueio de R$ 1 milhão do governo estadual para que seja usado na retomada das obras do Case.

O juiz da Infância e Juventude, Wagner Gomes Pereira, explicou que, devido à falta de vagas, quando é necessário decretar a internação de um menor infrator, é preciso enviá-lo a outra cidade.

“Eles são enviados ou para Goiânia ou para outras comarcas. A falta de um centro de internação para a região sudoeste traz um prejuízo para a prestação jurisdicional para o cidadão rio-verdense”, disse.

Em nota, o governo informou que a obra do Case de Rio Verde parou devido a uma rescisão no contrato da empreiteira que fazia a construção e que uma nova licitação será aberta. A previsão é que a construção seja retomada em 2021.

 

Fonte:G1/Goiás.

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