Morador é filmado ao ofender e ameaçar porteira em prédio: ‘Chipanzé, você não presta’

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Do apartamento, autor ligou na portaria, disse ser policial, afirmou que colocaria uma arma na cintura e desceria para ‘resolver’. Polícia Civil investiga o caso como injúria racial e ameaça.

Uma porteira denuncia que foi vítima de injúria racial e ameaça enquanto trabalhava em um prédio residencial do Jardim Goiás, em Goiânia. Uma gravação registra os xingamentos e agressividade do morador.

“Grava, macaca! Chipanzé! Chipanga! Me encara, desgraça”, diz o homem pessoalmente à vítima.

Por telefone, minutos após ter subido ao apartamento onde mora, ele liga na portaria e continua a discussão. A mulher questiona o motivo de estar sendo ofendida e ele responde:

“Porque você não presta, desgraça. Você é uma merda, abaixo de zero”.

O homem ainda ameaça a porteira dizendo que é policial e que vai descer até ela armado: “Vou meter minha arma na cintura e vou aí resolver”.

A reportagem tentou localizar o homem que aparece nas imagens para pedir uma posição sobre a situação, mas ele não foi encontrado. A Polícia Civil também não o encontrou para conduzi-lo à delegacia e colher depoimento.

Segundo a vítima, que preferiu não ter a identidade divulgada, a discussão começou porque o morador chegou de carro em frente ao portão da garagem e piscou os faróis, querendo entrar sem se identificar. A porteira explicou que não poderia abrir para qualquer um que fizesse um sinal, que precisava que o homem se identificasse, o que irritou o morador.

O delegado Eduardo Carrara mora no mesmo condomínio e, quando soube do problema, foi à portaria para dar assistência à vítima, que estava nervosa e emocionalmente abalada por causa do episódio de agressões verbais. Segundo ele, não é a primeira vez que este morador causa alguma confusão no condomínio.

Quem investiga o caso é o delegado Gil Fonseca Bathaus, responsável pelo 8º DP de Goiânia. De acordo com ele, o caso está registrado como ameaça e injúria racial.

“Ouvimos três testemunhas e a vítima. O autor não foi localizado na casa dele, mas deixamos a intimação para ele seja ouvido aqui amanhã. Se ele tivesse sido localizado na hora, ele já teria sido autuado em flagrante porque a pena excede dois anos [de prisão], mas ele havia evadido”, explicou.

‘Medo’

A porteira contou que teve medo do morador e que espera que as denúncias façam efeito e mostrem às pessoas que elas não podem tratar outras da forma como ela foi tratada por aquele morador.

“Sei que muitas pessoas passam por isso e às vezes fica por isso mesmo, até continuam trabalhando no mesmo lugar, sofrendo ofensas e ameaças, mas eu espero que todo mundo que passou ou venha passar por isso consiga denunciar, porque só assim a gente vai conseguir que essas pessoas nos respeitem e nos tratem como seres humanos”, disse.

 

 

Fonte: G1/Goiás

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