Fenômeno tem se tornado cada vez mais frequente em Goiás devido à seca e ao calor. Especialista adverte quem se aproxima para registrar o momento: ‘Ele costuma levantar objetos e joga longe’.
Época de seca em Goiás também é temporada de redemoinhos de poeira e de fogo. Moradores vem filmando ao longo do último mês diversos fenômenos pelo estado. Em um dos vídeos, o autor da gravação se assusta quando um redemoinho se aproxima do carro em que viaja em uma rodovia de Santa Helena de Goiás, na região sudoeste (assista acima).
“Sai, sai, está vindo”, diz o autor do vídeo quando o redemoinho está prestes a atingi-lo.
Ele relata que, se ficasse mais dois segundos na rodovia, o redemoinho atingiria o veículo em que estava. “Poderia danificar o carro”, acredita.
Um “locutor” narrou a chegada de um redemoinho enquanto estava em um bar de Itumbiara. Ele diz que o fenômeno se aproxima com o “tamanho desta semana”. No entanto, o redemoinho se vira e se dirige ao local. De forma bem humorada, ele continua narrando a situação.
“Será que ele vai passar aqui no bar? Olha ele chegando. Tá acabando. Tá acabando uma ‘pinóia’. Ele acabou, ainda bem que o vento virou”, conta.
Em Caçu, a 330 km de distância da capital, um morador gravou um redemoinho de fogo em meio a uma queimada. As chamas estavam tão altas que se destacavam em meio à fumaça. O fogo que subia no meio dos ventos ainda espalhava pedaços de cana-de-açúcar em chamas.
Produtores rurais filmaram um redemoinho de fogo ao lado de um canavial, na região do Morro Vermelho, em Mineiros, no sudoeste de Goiás.
Um empresário foi surpreendido por um redemoinho às margens da BR-060, perto de Acreúna, no sudoeste de Goiás. Ele desceu do veículo e registrou o momento pelo celular, no qual é possível ver que o fenômeno fica próximo a uma casa.
“De perto é impressionante. Um barulho muito forte, saiu arrancando os galhos das árvores. O vento muito forte levando tudo, parecia um tornado. Sugava tudo”, conta o empresário.
Como se forma o redemoinho
O especialista em climatologia Gilmar Oliveira explica que o redemoinho se forma quando a superfície do solo atinge altas temperaturas, geralmente acima de 35ºC, fazendo com que o calor da superfície se eleve e atinja uma camada mais fria em torno de zero graus.
Os ventos dentro da espiral podem chegar a 100 quilômetros por hora, principalmente em lavouras que tenham acúmulo de vegetação seca.
“Esse movimento de convecção do ar cria um movimento do ar em espiral que é o redemoinho”, esclarece o especialista.
Oliveira esclarece que não consegue antecipar o local onde os redemoinhos vão se formar. São as imagens caseiras que ajudam a estudar melhor o fenômeno. O especialista recomenda sair de perto do tubo de vento.
“Ele costuma levantar poeira, levantar objetos, e, às vezes, ele joga aquilo para longe”, adverte.
Fonte: G1