MP cumpre 15 mandados de operação que apura suspeita de desvios de verba destinada a obra de hospital em Itaberaí

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Entre os endereços visitados está sede da prefeitura da cidade. Órgão suspeita que reforma da unidade de saúde foi atrasada para beneficiar clínica particular.

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) cumpre, na manhã desta quarta-feira (7), 15 mandados de uma operação que apura suspeitas de desvio de verba da construção de um hospital, a qual estaria sendo atrasada para beneficiar uma clínica particular em Itaberaí, no centro de Goiás. Segundo o órgão, são 13 ordens de busca e apreensão, além de duas de prisão.

Os alvos são endereços em GoiâniaAparecida de Goiânia e Itaberaí, de acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-GO. Um deles foi o prédio da prefeitura da cidade, mas os demais endereços não foram divulgados. Os investigadores batizaram a ação de Esculápio.

A Prefeitura de Itaberaí informou ao G1 está “tranquila” em relação à investigação e aguarda a conclusão do cumprimento dos mandados e das investigações para dar esclarecimentos à população.

Segundo o Gaeco, a operação quer desarticular uma organização criminosa dentro da administração pública que estaria, indevidamente, postergando a conclusão das obras do Hospital Municipal Dr. Gilberto da Silva Caldas. O orçamento inicial, de acordo com o órgão, era de R$ 2,1 milhões.

O MP apura uma suspeita de que, durante essa reforma, a clínica particular que ficou responsável por atender à demanda de exames de raio-X do hospital estava sendo beneficiada com pagamentos da prefeitura e que, atrasar o fim da obra, continuaria a beneficiá-la.

O nome da clínica não foi divulgado, por isso o G1 não teve como procurar a defesa para pedir uma posição sobre o caso.

De acordo com as investigações do Gaeco, essa clínica recebeu do município R$ 1,8 milhão para realizar os exames e mais R$ 400 mil referente à mão de obra de quatro técnicos de enfermagem. A soma desses valores, pagos no período de janeiro de 2016 a janeiro de 2018, já é maior do que o orçamento inicial da reforma do hospital.

Imagens divulgadas pelo órgão mostram muitas notas de R$ 50 e R$ 100 apreendidas em um dos endereços investigados. No entanto, até por volta de 11h30, o valor total não havia sido divulgado pelo MP.

Hospital em funcionamento

Também segundo o Gaeco, um relatório técnico da Superintendência de Vigilância em Saúde do Estado de Goiás (Suvisa) sobre os atendimentos no Hospital Municipal Dr. Gilberto da Silva Caldas registraram que, mesmo em obras, a unidade estava atendendo pacientes no local de forma precária.

Segundo o documento da superintendência, “o estabelecimento não possui condições estruturais e funcionais para a realização de um serviço de saúde” – conforme destacou o MP.

Sobre essas acusações em relação ao atendimento, a Prefeitura de Itaberaí disse que “o hospital sempre teve o atendimento correto e nunca teve atendimento precário”.

Diante das investigações, o MP apura se houve fraude nas licitações das obras de reforma e ampliação do hospital, desvio de verbas públicas municipais, lavagem de capitais, bem como o crime de organização criminosa.

Fonte: G1/Goiás.

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