Operação Apagão do MP prende presidente da OS que administra Hospital de São Luís de Montes Belos e outros

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O presidente da Organização Social (OS) Instituto Lagos do Rio, José Marcus Antunes Andrade, foi preso em São Paulo, nesta quinta-feira, 25. Esta OS administra vários hospitais em Goiás, entre eles o HCamp de São Luís de Montes Belos. O empresário e outros suspeitos são alvos da Operação Apagão, desencadeada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que apura desvios no valor de R$ 9,1 milhões. Confira abaixo a matéria da repórter Elisama Ximenes, do Jornal O Popular.

 

Na manhã desta quinta-feira (25), o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagrou operação contra dirigentes da Organização Social (OS) dos Lagos Rio por suspeita de desvios de mais de R$ 9 milhões na gestão de hospitais daquele Estado. A OS também é responsável pela gestão de unidades de Saúde em Goiás, como a recém-inaugurada Policlínica de Posse e o Hospital de Campanha de Águas Lindas (Hcamp). Além disso, o instituto foi selecionado para gerir as policlínicas de Quirinópolis e Goianésia e o Hcamp de São Luiz de Montes Belos.

 

A Operação Pagão, deflagrada no Rio, já prendeu quatro pessoas e busca por outras três. Também foram expedidos, pela Justiça estadual, 14 mandados de busca e apreensão contra 12 denunciados por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro, cumpridos nas cidades do Rio de Janeiro, Petrópolis e Itaboraí, além de São Paulo capital e Barueri.

 

Com a atuação da OS em Goiás, à reportagem, o secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino, disse que “se houver qualquer irregularidade que envolva pessoas em Goiás, além da possibilidade de [a Lagos Rio] perder o contrato, ela ainda pode ser desqualificada como OS da Saúde no Estado”. “Mas, por enquanto, sem pré-julgamentos, eu pedi esclarecimentos para a OS e estou informando a SSP do fato noticiado”, acrescentou.

 

De acordo com o MPRJ, R$ 9,1 milhões teriam sido desviados da Saúde no Rio de Janeiro em contratos firmados com fornecedores. A promotoria alega que a OS não tinha aptidão para assinar contratos de gestão com o Estado, mas forjava capacitação técnica com atestados técnicos falsos. Ao todo, entre 2012 e 2019, o instituto recebeu R$ 649 milhões do governo estadual do Rio.

 

Esquema

 

Segundo a investigação, o desvio era feito por meio de pagamento de valores superfaturados em favor de sociedades empresariais. Os responsáveis pelos desvios alegavam que estavam adquirindo produtos ou terceirizando serviços necessários ao atendimento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais geridos pela Lagos Rio.

 

O dinheiro era direcionado a dirigentes da organização criminosa ou para terceiros indicados por eles. A investigação aponta, ainda, que eles direcionavam as contratações para empresas específicas ou previamente ajustadas para o esquema.

 

Ainda de acordo com o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ), o repasse era feito com dinheiro em espécie, que era sacado “na boca do caixa”. O objetivo, segundo a investigação, era ocultar a verdadeira destinação dos recursos. O MP também suspeita da utilização de empresas de “fachada”.

 

No Rio, a OS gere 15 unidades de Saúde. O principal alvo é Juracy Batista de Souza Filho, que está afastado do quadro social da Lagos Rio desde 2012. A promotoria, porém, o acusa de ter papel central no esquema de desvio de recursos públicos, dirigindo e coordenando a atividade dos demais mesmo afastado do cargo.

 

Também foram denunciados seus filhos Fabio Figueiredo Andrade de Souza e Fernanda Andrade de Souza Risden, seu cunhado José Marcus Antunes de Andrade, que é o atual diretor-presidente da OS, bem como os ex- dirigentes Sildiney Gomes Costa, José Carlos Jorge Lima Buechem, Hugo Mosca Filho. Além disso, outros cinco empresários são apontados como integrantes do esquema.

 

O POPULAR tentou contato com o Instituto Lagos Rio, mas ainda não recebeu retorno. O espaço está aberto para manifestação.

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