Polícia Civil indicia fazendeiro suspeito de provocar mortandade de peixes no Rio Vermelho por causa da criação de gado

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Segundo delegado, criação de animais em fazenda levou fezes bovinas às margens do rio e causou queda de oxigenação da água, provocando a morte de ao menos sete espécies aquáticas.

A Polícia Civil indiciou um fazendeiro suspeito de provocar a mortandade de toneladas de peixes do Rio Vermelho, em Aruanã e Britânia, ao poluir a água por meio da criação de gado em sua fazenda, às margens do rio. O inquérito, conduzido pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), foi concluído esta semana e encaminhado ao Poder Judiciário.

De acordo com o delegado Luziano Carvalho, responsável pelas investigações, centenas de peixes de ao menos sete espécies diferentes morreram na região em fevereiro deste ano. A partir daí, foram realizados exames periciais que constataram que houve uma queda na concentração de oxigênio na água do rio, limitando a vida dos peixes das espécies dourado, traíra, pintado, mandubé, jaraqui, barbado e jaú.

Segundo os laudos periciais, durante os dias de mortandade dos peixes, o índice de oxigênio no Rio Vermelho estava em 1,7 mg por litro, enquanto o índice normal é de 5 mg por litro. No Lago Acará, que se ramifica do Rio Vermelho, o oxigênio dissolvido estava em 0,08 mg por litro, valor 21 vezes ainda menor que o avaliado no restante da região.

Além disso, também foi encontrada na água a presença de uma bactéria existente nas fezes bovinas, o que indica, segundo as investigações, uma correlação entre a criação de gado e a poluição da água.

“Os dejetos dos bovinos criados na fazenda contribuíram para a causa da morte, que foi por anoxia, isto é, ausência de oxigênio”, afirma Luziano.

Na fazenda às margens do Rio Vermelho, foram encontrados milhares de animais bovinos e indícios de que um pivô da propriedade rural se encontrava em uma planície de inundação do rio, o que poderia liberar a presença de defensivos e fertilizantes agrícolas no manancial.

Segundo as investigações, também foi constatada uma espécie de desvio do Rio Vermelho para a propriedade rural, de modo que a água do rio é desviada, “lava” parte da matéria orgânica encontrada e a carrega para o Lago Acará, que fica a cerca de 9 km da fazenda.

Durante atividades da Dema pela região, as equipes policiais constataram, além da presença de diversos peixes mortos, água com coloração escura e um forte odor de chorume.

O proprietário da fazenda deve responder pelo crime ambiental caracterizado por provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras. A pena prevista para o crime varia de 1 a 3 anos de prisão e multa.

Fonte: G1/Goiás.

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