Produção do etanol da cana-de-açúcar em maio pode dar uma folga na oferta do combustível em Goiás

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Dirigir em Goiânia com o próprio carro tem sido um desafio diário cada vez mais árduo, desde os buracos que proliferam nas ruas da Capital, ao trânsito e engarrafamento nas famosas horas do “rush”. Contudo, o que pode ter sido mais difícil para o consumidor goiano são os altos preços de gasolinas e etanol que permanecem com valores elevados. Contudo, produtores e revendedores de etanol estão esperançosos com o começo da safra de 2024 que deve refletir com a diminuição dos preços para os consumidores.

De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Goiás se manterá como o terceiro maior produtor de cana-de-açúcar para a safra de 2023/2024, com 76 milhões de toneladas da matéria prima recolhida. Deste número, quase toda parte da safra de açúcar é destinada à produção do etanol e bioeletricidade, já que as usinas possuem suas próprias lavouras e fornecedores. Por causa disso, Goiás fechou 2023 com a produção de 5,5 bilhões de litros, sendo também o segundo maior produtor de etanol.

Sobre os valores vendidos, de acordo com a pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP) em Goiânia, a média de preço mínimo e máximo entre os dias 14 e 20 de abril ficou entre R$ 3,57 e R$ 4,37 respectivamente, enquanto o preço médio da revenda ficou entre R$ 3,90. Estes valores se estabilizaram neste mês de abril e não apresentaram sinais de queda nas bombas dos postos de combustíveis. 

De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Combustíveis no Estado de Goiás (Sindiposto), Márcio Andrade para o jornal O HOJE, o motivo dos preços ainda elevados é por conta do aumento da procura e da baixa oferta disponível no mercado. De acordo com ele, Goiás termina de passar por um período entre-safras da produção da cana-de-açúcar e do milho, principais matérias primas para o etanol. “Nossa expectativa é que tenhamos mais combustível no mercado mês de maio”.

Além disso, menciona como Goiás possui um alto índice de procura do combustível comparado às outras regiões do País. Muito se deve à alta produção do combustível no estado como sendo o segundo maior produtor de etanol do Brasil, além disso, também possui impostos do álcool relativamente mais baixos que em outras regiões. 

Essa combinação dos dois fatores ocasionou em preços mais baixos que em outras regiões no País, levando a um aumento na procura do combustível, porém com uma oferta de produção reduzida. Por causa disso, fala como os consumidores podem ter visto um pequeno aumento no preço do etanol nas últimas semanas. “Teve de haver um balanceamento nos postos para atender a lei da oferta e da procura”, diz o presidente do sindicato.

Mesmo após isso, fala como produtores e revendedores se mantêm otimistas com propostas do governo estadual, sobretudo, com possíveis novas mudanças e incentivos para o setor do complexo sucroalcooleiro. Um novo Projeto de Lei em Goiás assinado neste último dia 12 de abril que propõe a criação de uma Política Estadual de Combustíveis de Goiás para incentivar a produção e o consumo local. Além disso, visa objetivos ambientais para a substituição dos combustíveis a fim da redução dos gases de efeito estufa. Como medida inicial, anunciaram o uso do combustível em veículos do estado.

Para Márcio, esse incentivo no consumo também é bem-vindo para os vendedores e donos de postos de combustíveis. De acordo com ele, o investimento inicial para a venda do álcool é menor se comparado com a gasolina, além do custo operacional também ser reduzido. “Essa nova lei é muito boa para a gente, mas o mais importante que tenha sucesso é fazer com que o consumidor veja etanol como economicamente viável em comparação com a gasolina”. 

Para André Rocha, presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação do Etanol no Estado de Goiás (Sifaeg), essa iniciativa mostra um reconhecimento e um bom exemplo do produto de origem goiano. “Quando vemos que o estado usa o etanol, isso mostra que dá um bom exemplo para a indústria goiana. Que vale a pena investir em algo que gera renda e emprego para Goiás”, afirma André para a equipe de redação do jornal O HOJE.

Fonte: O Hoje

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