Órgão informou que não faltaram vagas, mas que em algumas vezes, leito disponível não correspondia à necessidade do paciente. Dados são de março a novembro de 2020.
Um levantamento da Secretaria de Saúde aponta que quase 198 pessoas morreram em Goiás a espera de uma vaga de UTI para Covid-19 entre fevereiro e novembro de 2020. O órgão, no entanto, informou que não faltaram vagas e que, às vezes, o leito disponível não corresponde à necessidade do paciente.
Os dados são do sistema que reúne os nomes de pacientes que foram inseridos no Complexo Regulador Estadual, mas que foram retirados sem que fosse conseguido a vaga devido à morte da pessoa.
Uma das pessoas que não conseguiu vaga a tempo foi José Jorge do Nascimento, de 78 anos. Ele foi um dos 20 familiares da técnica em saúde bucal, Ludimylla Viana Gomes, que contraíram a doença. O idoso morreu em julho.
“Nós ficamos muito arrasados porque dependemos do SUS, e, com isso, acabamos perdendo um ente da nossa família. Hoje, o que nos resta é saudade. Todos os dias nossa família sofre com saudade do meu avô”, disse
Julho foi o mês com maior número de mortes de pessoas à espera de uma vaga de UTI para tratamento de Covid-19. O secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, listou algumas hipóteses para as mortes de paciente sem UTI, mesmo tendo vagas disponíveis.
“Às vezes o paciente sai para uma determinada cidade, uma determinada UTI e a família prefere aguardar para que seja uma mais perto. Outras vezes, as comorbidades que a pessoa tem faz com que a unidade que tenha vaga naquele momento não seja a mais adequada. É importante deixar claro que, em nenhum momento, esses pacientes ficaram desassistidos”, disse.
A infectologista Juliana Barreto reforça que é importante buscar atendimento assim que surgirem os primeiros sintomas de Covid-19. “Qualquer sinal ou sintoma, o paciente deve buscar atendimento para que não aconteça esse atendimento tardio e a pessoa precisar de uma UTI e acabar falecendo”, disse.
Fonte: G1/Goiás / Foto: Ilustrativa
