A redação do Jornal A Voz do Povo foi procurada nesta segunda-feira, 4, por um pai contrariado com a qualidade do feijão que a sua família ganhou do prefeito Major Eldecírio, através da Secretaria Municipal de Educação, junto com um kit alimentos, patrocinado pela Ministério da Educação com contrapartida da prefeitura. Veja no vídeo abaixo o relato do pai.
Magoado com a atitude do prefeito, o pai pede para não ser identificado na matéria. Esta reportagem procurou a Secretaria Municipal de Educação, mas não encontrou a pessoa responsável para falar sobre o assunto. Conseguimos falar com Olivério Neto, mas ele disse que não está mais à frente da pasta e não soube informar quem é o novo titular da Secretaria.
Esse polêmico kit alimentos foi decisivo para a reeleição do prefeito Major Eldecírio. Faltando poucos dias para a eleição ele providenciou a compra de mais de 3 mil umidades para serem distribuídas para os pais de alunos da rede municipal de ensino, mas após tomar conhecimento do fato o Ministério Público orientou que a distribuição não fosse realizada no período eleitoral. Porém, o kit virou promessa de campanha.
No mesmo dia apoiadores do prefeito foram às redes sociais e jogaram a culpa da não distribuição dos kits à candidata adversária Mércia Tatico. O prefeito, por sua vez, também utilizou dos meios que pôde para sensibilizar o eleitor sobre o caso. Ele foi enfático em dizer que os kits seriam entregues às famílias após as eleições e assim ele fez. Prometeu e cumpriu.
O clamor tomou corpo e coincidentemente o resultado das eleições foi de cerca de 2.500 votos de vantagem para o prefeito que foi reeleito. O número de famílias atendidas com os kits era de aproximadamente 3.200.
Outra polêmica relacionada a esse kit alimentos é a frequência da sua distribuição. De acordo com o MEC, devido a pandemia, os alunos que estão sem aulas presenciais têm o direito de receberem os kits mensalmente para compensar a merenda escolar. Só que de março a novembro de 2020 os pais receberam apenas três vezes esses alimentos. Com uma diferença, no mês de novembro, período eleitoral, outros alimentos foram acrescentados ao kit, que era composto apenas de algumas verduras e frutas.
Um fato idêntico aconteceu na cidade de Ipameri. A diferença é que lá o Ministério Público considerou a atitude do candidato como crime eleitoral e propôs uma ação contra o mesmo. Em São Luís de Montes Belos não aconteceu nada nesse sentido. Em contato com o promotor eleitoral, Deusivone Campelo, para falar sobre o assunto, ele não respondeu ao contato desta reportagem. O prefeito Major Eldecírio, idem. O espaço fica aberto.
Por: Edivaldo do Jornal
