Suspeita de matar homem conhecido por velar a mãe sozinho se disse preocupada com vítima em áudio: ‘Desesperada’

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José Ricardo foi agredido e queimado dentro de casa, foi socorrido e morreu no hospital. Polícia Civil prendeu a investigada e o jovem que ela contratou pela internet para ajudá-la no crime.

Uma jovem de 22 anos que foi presa suspeita de matar o homem que ficou famoso após velar a mãe sozinho chegou a se dizer preocupada com a vítima em áudio. Segundo a Polícia Civil, ela enviou a gravação a amigos e parentes com voz trêmula após José Ricardo Fernandes Ribeiro, 44, ser atacado em casa.

Na gravação, ela se mostrava preocupada com José Ricardo, que sofria de doença renal crônica e a quem ela ajudava com tarefas de casa e a arrecadar doações, que seriam para o tratamento de saúde dele. Segundo as investigações, mulher planejou o crime para ficar com dinheiro de vaquinha feita para ele, que acumulou R$ 40 mil.

“Estou desesperada. Eu quero saber cadê o homem. Os médicos não sabem da situação do homem, que ele precisa de hemodiálise, não sabem os problemas que o homem tem, alergia a remédios. Eu vou tentar entrar em contato, qualquer coisa você me avisa aqui se achar ele”, disse na gravação.

Segundo as investigações, ela enviou a mensagem após a vítima ser agredida e queimada em casa, na sexta-feira (10). José morreu no domingo seguinte, mesmo após ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado ao Hospital de Urgências Governador Otávio Laje de Siqueira (Hugol).

Parentes de José Ricardo Fernandes Ribeiro, 44 anos, conseguiram enterrá-lo na quarta-feira (15), em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capita.

Os familiares, que não quiseram ter as identidades divulgadas, disseram que ele foi velado pelo filho a ex-esposa e alguns amigos. A cerimônia aconteceu com ajuda de doações de conterrâneos da vítima, que é de São Domingos, no nordeste goiano.

A família chegou a pedir “que seja feita justiça” pela morte de José Ribeiro.

Planejamento e motivo

As investigações apontaram que a jovem presa se aproximou da vítima ainda em 2019, depois que ele apareceu nas redes sociais contando que teve de velar a mãe sozinho.

A mulher detida ajudou a vítima a juntar R$ 40 mil em doações para tratamento de uma doença renal crônica, combinou de receber parte do valor, mas não foi paga, segundo a Polícia Civil.

Também de acordo com a corporação, ao ver que não receberia nenhuma fração do dinheiro, criou um perfil falso em uma rede social e contratou um “matador de aluguel” por R$ 2 mil para ajudá-la a cometer o crime, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.

De acordo com a Polícia Civil, apesar dos esforços, a mulher não conseguiu pegar nenhuma parte do dinheiro. Ela e o “matador” foram presos na terça-feira (14).

Responsável pelo caso, o delegado Carlos Levergger deve indiciar os presos por homicídio e furto – já que a vítima teve celular, aparelho de televisão e carteira levados ao ser atacado como forma de sugerir que ele fora vítima de um latrocínio.

José Ricardo Fernandes Ribeiro ao velar a mãe sozinho em Goiânia Goiás — Foto: Reprodução/Facebook

Crime

A Polícia Civil apurou que, na sexta-feira, a mulher e o “matador de aluguel” foram à casa de José Ricardo. Ela chegou antes e foi autorizada a entrar na quitinete pela própria vítima. Mais tarde, o jovem chegou se passando por um doador de cesta básica e também entrou. A chegada dele foi registrada por uma câmera de segurança.

As investigações apontaram que, horas depois, a vítima foi “gravemente espancada” pelo jovem e que, não convencida de que a vítima morreria, a mulher ateou fogo ao corpo dele.

O quarto e o banheiro da quitinete em que a vítima morava ficaram danificados. José Ricardo foi socorrido por vizinhos.

Perito criminal, Olegário Augusto disse que não há dúvidas de que o fogo foi proposital. “Não foi acidental. Não existiam focos de origem elétrica. O foco estava concentrado no quarto da vítima, de maneira que qualquer acidente por causa de botijão de gás estava também descartado”, disse.

Fonte:  G1 Goiás.

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