No último ano da gestão da prefeita de Buriti de Goiás Átila Rúbia de Deus (foto), um dos gastos que tem chamado a atenção de um morador do município: o da assessoria jurídica. Por receio de receio de algum tipo de represália, esse morador pede para não revelar a sua identidade, por isso ele será chamado de “José”.
José encaminhou ao A Voz do Povo alguns empenhos com valores da assessoria jurídica da administração municipal de Buriti de Goiás, Sanclerlândia e Córrego do Ouro. Segundo ele, quando fez a comparação dos valores o susto foi grande. “Fiquei perplexo com a diferença gritante. Buriti paga quase três vezes mais que Sanclerlândia com essa assessoria, que é uma cidade muito maior”, destaca.
Os valores apontados por José indicam que a prefeita de Buriti de Goiás vai fechar o ano de 2024 gastando ao todo com assessoria jurídica cerca de R$ 630 mil, enquanto que Córrego do Ouro vai desembolsar R$ 268 mil e Sanclerlândia R$ 228 mil.
Mensalmente, de acordo com os empenhos apresentados, a administração municipal de Buriti de Goiás paga mensalmente em torno de R$ 52 com a referida assessoria, Córrego do Ouro R$ 22 mil e Sanclerlândia R$ 19 mil.
No decorrer do último fim de semana o assunto se proliferou nas redes sociais provocando debates e discussões entre aliados e adversários políticos da atual prefeita, Átila de Deus, candidata a reeleição. Opositores cobrando uma explicação e aliados se esquivando sem saber responder.
O A Voz do Povo procurou a prefeita de Buriti de Goiás para obter dela uma declaração sobre os motivos da diferença desses valores, mas ela não retornou ao nosso contato. Da mesma forma o marido dela, que é secretário municipal extraordinário, Wanderley Caetano, mas ele também não entrou em contato com o A Voz do Povo. Preferiu o silêncio.
O presidente da Câmara Municipal Wilton Pirola também foi procurado pela reportagem, por duas vezes, mas também ficou calado. O vereador Eliel Gomes também foi questionado se ele sabia do caso, ele disse que não sabia, mas que iria procurar a prefeita e cobrar dela uma explicação. De um hospital de Sanclerlândia, em contato com a reportagem, Eliel disse que não teve tempo de falar com a prefeita.
“Eu procurei o Jornal A Voz do Povo porque achei uma discrepância muito grande em relação aos valores pagos. Principalmente em relação ao município de Sanclerlândia. Será que tem tanta necessidade assim de advogados? Acho que a população merece uma resposta, já que os vereadores daqui são omissos em relação a fiscalizar a prefeitura”, disse a fonte que pediu para não ser identificada.
Esta reportagem apurou que a prefeita Átila de Deus contratou quatro empresas de assessoria jurídica enquanto que Córrego do Ouro e Sanclerlândia contrataram duas cada uma. Um advogado que presta serviços para a prefeitura de Córrego Ouro disse que já fez a assessoria jurídica da prefeitura de Buriti de Goiás somente com a empresa e que na época dava tudo certo.
Por: Edivaldo do Jornal